“Amy”
Ontem
assisti ao documentário “Amy”, dirigido por Asif Kapadia, e que mostra a breve
trajetória da cantora britânica Amy Winehouse.
Como
é de se esperar de um músico que assiste a documentários sobre cantoras, observei
todos os aspectos musicais, os depoimentos de músicos, produtores e críticos com quem Amy trabalhou. Não há nada a dizer além do que ouvi. Amy Winehouse foi
umas das melhores cantoras de sua geração.
Sempre
gostei de artistas que conseguem dar ares de modernidade ao que é clássico, que
transitam bem por várias “gerações” da música. Assim como John Mayer faz
garotos acostumados ao “bate-estaca” do pop moderno pararem para ouvir Blues,
Amy fez adolescentes e crianças conhecerem o Jazz e o Soul, ao mesmo tempo em
que participava de discos de ícones como Tony Bennett.
Fiquei,
digamos, triste por não ter conhecido o trabalho de Amy Winehouse mais cedo,
porém vi que ainda é tempo. E estou correndo atrás do tempo perdido rs.
Mas
não quero bancar o crítico de imprensa especializada e não foi a música da cantora
que mais me chamou a atenção no documentário.
Três
coisas me chamaram atenção na triste história de Amy Winehouse: Seu marido
covarde, a sujeira do mundo das celebridades e as consequências de uma vida de “liberdade”.
Fugindo
à regra e começando pela última, escrevi “liberdade” entre aspas pois não me
refiro à liberdade em si, mas sim à falsa liberdade. Aquela que me diz que devo
fazer o que quiser, quando quiser, fazendo as regras da minha própria vida e do
meu próprio corpo. No fim, a duas primeiras coisas que citei vão convergir
nesta falsa liberdade.
Segundo
relatos dos depoentes que colaboraram com o documentário, Amy não usava nem
mesmo maconha na adolescência e só passou a usar drogas pesadas, como crack e
heroína, por influência de seu marido, um viciado assumido e debochado. Entre
as perversidades do rapaz na vida de sua esposa, destaco o incentivo ao uso de cocaína,
heroína e crack; as dificuldades impostas à internação de Amy para
reabilitação; e o fornecimento de drogas durante o período de reabilitação da
cantora, que demonstrava certo interesse em se reerguer.
O rapaz era um declarado entusiasta das festas regradas a drogas e sexo. Pelos relatos, perece ser do tipo que afunda os outros ao perceber que está se afogando.
O rapaz era um declarado entusiasta das festas regradas a drogas e sexo. Pelos relatos, perece ser do tipo que afunda os outros ao perceber que está se afogando.
O
mundo das celebridades, com seus críticos, apresentadores e paparazzi, fazia sempre questão de
mostrar o pior lado de uma jovem destruída, a decadência de uma moça talentosa
que fez péssimas escolhas. Fiquei imaginando o drama de alguém viciado em
drogas, com péssima aparência, vivendo uma queda após a outra, sendo
fotografado cada vez que saia na janela. Em uma participação que deveria fazer
em um show de outra banda, Amy Winehouse mal se lembrava das letras das
músicas. O público, é claro, não perdoou. O que deveria gerar comoção por uma
moça de vinte e poucos anos que desgraçava a própria vida, virou um festival de
vaias, que, para artistas, costumam ser a pior das humilhações.
Seja
levando uma vida movida por impulsos, seja fazendo da desgraça alheia a piada
da vez, as pessoas têm se sentido motivadas a fazer o que lhes der na
telha, ignorando o impacto daquilo que fazem e o que virá pela frente. Nas ações de
um homem covarde, que afunda a própria esposa nas drogas por achar que esse
estilo de vida é totalmente louvável, principalmente por ser tão jovem, na
repercussão debochada que se dá ao mal que arrebatou mais uma pessoa que tinha
tanto a fazer e a viver, ou nas escolhas mal pensadas de uma jovem artista, só
consigo enxergar a tal “liberdade” fingindo ser liberdade e destruindo tudo por
onde passa.
Se
tem algo que tenho e que considero perigoso, isso é minha liberdade. Por isso,
prefiro abrir mão da plenitude dessa liberdade, considerando que para tudo há
consequência, e me sujeitando a outra maneira de viver, tutelada, regida por
algo maior que eu mesmo.
Fiquei
comovido ao assistir ao documentário. Por alguma razão, senti como se tivesse
morrido uma pessoa que eu conhecesse. Acho que não consegui enxergar Amy
Winehouse como nada além de vítima de um pensamento perverso que domina nossos
dias, o do “minha vida, minhas regras”.
Fugindo ao tema, mas não ao costume, fico por aqui.
Que Deus, em Cristo, lhes abençoe.
Abraços.
Texto sensacional.
ResponderExcluirVlw pelo comentário, Fellype. Abraço!
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